Brasil precisa diversificar fontes limpas na matriz energética

A diversificação de fontes limpas na matriz energética esteve no centro dos debates no estande do Brasil na 26ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP26) nesta quarta-feira (3), em Glasgow, na Escócia. Segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, com o aumento das metas do Brasil de redução das emissões de 43% para 50% em 2030, a tendência é ter uma matriz energética ainda mais limpa.

“Não há solução tecnológica única para a transição energética”, destacou Albuquerque. “A matriz energética é das mais limpas do mundo, atrás apenas da Suécia e da Noruega. Mas em pouco tempo podemos estar no patamar desses países”, afirma. São muitas as possibilidades de fontes energéticas para o Brasil, desde o etanol, em que o país é o segundo maior produtor do mundo, até biogás e hidrogênio verde.

Joaquim Rolim, coordenador do Núcleo de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), fez uma apresentação sobre o potencial de hidrogênio verde no Nordeste do Brasil. Segundo ele, o crescimento da geração de energia por fontes eólica e solar é a base para que o país se destaque na produção de hidrogênio verde.

A produção de energia a partir da cana-de-açúcar é outro grande potencial do Brasil, que é o segundo maior produtor de etanol do mundo. Conforme Evandro Gussi, presidente da União das Indústrias de Cana-de-açúcar (Unica), a cana-de-açúcar representa 19% da matriz energética brasileira e tem o potencial de crescer ainda mais, não só com o etanol, mas com outras partes da planta, como o bagaço e as folhas.

Gussi destacou ainda que, além dos benefícios sociais da cadeia da cana-de-açúcar, com 360 usinas instaladas no país que geram 700 mil empregos, as plantações dessa espécie são corredores ecológicos, que contribuem para a preservação de espécies ameaçadas, como a onça parda, que volta a povoar a Região da Mata Atlântica, em São Paulo. Confira no vídeo o potencial da cana-de-açúcar para apoiar o país a cumprir as metas de redução de emissões de CO².

Alessandro Gardemann, presidente da Associação Brasileira do Biogás (Abiogás), comemorou a adesão do Brasil à meta global de redução do metano em 30% até 2030. Para ele, são muitas as oportunidades de investimentos em inovação tecnológica para alavancar esse mercado no país nos próximos anos, aproveitando o metano gerado na pecuária, em resíduos, no saneamento, entre outros. Assista a entrevista.

Link oficial com entrevistas

Fonte:
Por: Maria José Rodrigues
Foto: José Paulo Lacerda
Imagens de Glasgow: Heber Barros/MMA
Edição de vídeo: André Albuquerque
Da Agência de Notícias da Indústria

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